Historicamente, a paisagem tem sido modificada pela ação do homem, fazendo com que alguns elementos naturais sejam cada vez mais raros, mas o setor florestal tem atuado fortemente na manutenção dos ecossistemas naturais e seus serviços.
O bom uso da terra depende de uma mudança nos padrões atuais de consumo, da regularização fundiária, de diálogos intersetoriais transparentes e das práticas agrícolas e florestais que considerem tecnologias e estratégias fundamentadas no planejamento de paisagens.
Atualmente, surgem no setor técnicas que utilizam conceitos de planejamento da paisagem e incorporam em suas operações a preocupação em manter ou melhorar a qualidade visual de suas áreas e a garantia de provisão de serviços ambientais, como a regulação do fluxo hídrico, a manutenção de corredores ecológicos e o estoque de CO2eq. Isso se reflete num melhor balanço entre as necessidades de se praticar a silvicultura e a manutenção da qualidade ambiental, com a vantagem de melhorar a imagem do setor florestal privado no País.
Além das novas técnicas de intensificação disponíveis, as empresas do setor avaliam as áreas elegíveis para expansão, direcionando o crescimento para locais já convertidos, como pastagens degradadas. Definido o lugar, tecnologias como agricultura de precisão, biotecnologia, mecanização da silvicultura e boas práticas de manejo são adotadas. A construção de mosaicos de florestas naturais entremeadas às florestas plantadas de produção, por exemplo, assegura serviços ambientais como a biodiversidade, a absorção de carbono e a manutenção dos recursos hídricos.
As florestas devem fornecer produtos suficientes para o mercado consumidor e, ao mesmo tempo, manter habitat para a fauna, permitir o desenvolvimento rural, e oferecer locais para recreação. Estes objetivos devem ser considerados e atingidos pelos empreendimentos florestais, sejam eles privados ou públicos.
No contexto internacional, o Brasil destaca- -se como o país onde o setor de árvores plantadas mais protege áreas naturais. Hoje, são 5,9 milhões de hectares em Áreas de Preservação Permanente (APPs), áreas de Reserva Legal (RL) e Reservas Particulares de Patrimônio Natural (RPPNs). Para cada um hectare plantado com árvores para fins industriais, praticamente outro 0.7 hectare é destinado à preservação. Quase 14% dos 50 milhões de hectares de habitat naturais preservados no Brasil fora de unidades de conservação são de responsabilidade da indústria de árvores plantadas.