O impacto das mudanças climáticas nos recursos hídricos disponíveis no mundo é notório e crescente. Considerado o bem mais essencial à vida, a água tornou-se a principal preocupação de governos, empresas e também do cidadão comum. Embora sua quantidade na natureza seja sempre a mesma, sua qualidade vem se deteriorando gradualmente em função do irreversível processo de urbanização. Portanto, é urgente tomar medidas para garantir seu abastecimento.
Essa busca universal por proteger os recursos hídricos passa, necessariamente, pelas florestas – naturais e plantadas. Por isso, ações como plantios em sistemas de mosaicos, monitoramento de bacias hidrográficas e aprimoramento de práticas de manejo são cada vez mais presentes no setor de base florestal brasileiro.
No caso dos plantios em mosaico, por exemplo, florestas naturais se intercalam à plantação para fins industriais, possibilitando regularidade na disponibilidade de recursos hídricos, conservação do solo e perenidade das nascentes de rios. Esse sistema, tão utilizado no Brasil, garante a regulação do ciclo da água.
Já por meio das análises e do monitoramento de bacias hidrográficas, é possível entender as condições hídricas das regiões e como as ações do homem afetam a paisagem. Esses indicadores ambientais permitem adequar as práticas de manejo de forma a garantir a manutenção dos recursos hídricos e sua disponibilidade tanto para a produção quanto para as demandas da sociedade.
A gestão correta do uso da água tem sido preocupação constante das empresas de base florestal. Além do manejo florestal sustentável, os investimentos contínuos em tecnologia, silvicultura e manejo permitiram triplicar a produtividade florestal e realizar inúmeras rotações por um período de mais de 50 anos na mesma área. O que demonstra que quando bem manejadas, as florestas plantadas não são responsáveis pela degradação dos recursos.
Outro exemplo do cuidado com a disponibilidade de água na floresta é a colheita mecanizada, que deixa um grande volume de resíduos como cascas e folhas no campo, formando uma camada que retém a umidade e os sedimentos, mesmo com o impacto da chuva, garantindo a qualidade das águas superficiais e a conservação do solo.
Constata-se também que as tecnologias de reúso de água empregadas na indústria de base florestal permitem que este importante recurso natural tenha outras utilidades. Se na década de 1970, as indústrias precisavam captar de 180 a 200 m3 para produzir uma tonelada de celulose; em 2015, para produzir a mesma quantidade, as indústrias captavam de 22 a 40 m3 . Por fim, do volume de água captado, 80% retornam ao seu ponto de origem, 19,7% retornam à atmosfera por evaporação e apenas uma parcela mínima, de 0,3%, fica no produto.
Consciência, gestão e inovação são fundamentais para assegurar água para todos.
Conheça mais sobre o tema no infográfico de recursos hídricos feito pela Ibá.