Mudanças Climáticas
Os 9 milhões de hectares de árvores plantadas sequestram 1,88 bilhão de toneladas de (CO2eq¹) da atmosfera.
As mudanças climáticas são causadas pelo aumento dos Gases de Efeito Estufa (GEE) em decorrência das atividades humanas e é um dos principais problemas ambientais da atualidade.
A Indústria Brasileira de Árvores (Ibá) representa um setor de base 100% renovável, cujo potencial de mitigação dos efeitos das mudanças climáticas é diretamente proporcional à capacidade de criação e aproveitamento de mecanismos de mercado de carbono; e as políticas públicas integradas e coordenadas.
Estima-se, por exemplo, que os 9 milhões de hectares de área de plantio florestais no Brasil são responsáveis pelo estoque de aproximadamente 1,88 bilhão de toneladas de dióxido de carbono equivalente (CO2eq) ? medida métrica utilizada para comparar as emissões dos vários gases de efeito estufa, baseada no potencial de aquecimento global de cada um. Além das remoções e estoques de carbono das árvores plantadas, o setor gera e mantém reservas de carbono da ordem de 2,6 bilhões de toneladas de CO2eq e em 5,9 milhões de hectares na forma de Reserva Legal (RL), Áreas de Proteção Permanente (APP) e outras áreas de conservação.
A estrutura produtiva da indústria de árvores plantadas divide-se em duas componentes principais:
- Florestal, que representa as áreas de florestas plantadas e de conservação de florestas naturais;
- Fabril, que corresponde as estruturas de beneficiamento da madeira (produção de celulose e papel; carvão vegetal para a produção de ferro-gusa, ferro ligas e aço; chapas e painéis compensados; madeira tratada para construção civil; e bioenergia, entre outros).
A componente florestal é baseada na remoção e estoques de carbono por meio do reflorestamento com florestas de produção (ciclos de plantio e colheita renováveis) e da gestão sustentável de áreas de conservação de florestas nativas. A escala das remoções geradas por incrementos de estoques florestais e a capacidade de manutenção por prazos longos fazem com que a floresta tenha um potencial enorme de contribuição no combate às mudanças do clima, sobretudo ao longo das próximas décadas.
Já na componente fabril, diversos segmentos da base florestal se aproximam da autossuficiência energética renovável, com níveis mínimos de emissão de gases de efeito estufa (GEE). Isso se deu graças à adoção de várias medidas, como, por exemplo, a substituição de fontes energéticas fósseis por renováveis como a biomassa.
Assim há diversos tipos de benefícios climáticos que caracterizam o potencial do setor:
- Remoção de carbono pelas florestas naturais e de produção
- Estoque de carbono nas florestas naturais e de produção
- Emissões evitadas pelo uso de fontes renováveis como a biomassa
- Estoque de carbono em produtos de madeira.
Quaisquer iniciativas, no âmbito de políticas públicas domésticas ou de regulamentações internacionais, devem considerar essas características.
Destaca-se, ainda, a importância de se integrar as políticas públicas relacionadas ao setor com a Política Nacional de Mudança do Clima (PNMC) e o aproveitamento pleno dos meios de implementação gerados em nível internacional, em especial no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima e do Acordo de Paris, resultante da COP21. Na estrutura do Acordo, merece atenção especial o aproveitamento do novo mecanismo de mercado a ser regulamentado com base na experiência do mecanismo já existente (Mecanismo de Desenvolvimento Limpo).
Considerando as oportunidades de expansão das florestas plantadas e nativas e do uso de produtos florestais em diversas cadeias produtivas, é evidente que a indústria brasileira de árvores plantadas possui grande potencial de contribuição no combate à mudança do clima. Porém, tanto o seu desenvolvimento quanto a sua ajuda dependem da demanda efetiva, da valorização de fato de produtos florestais renováveis e da superação de diversas barreiras. A construção de políticas públicas e de mecanismos de mercado de carbono capazes de internalizar e de valorizar economicamente os benefícios climáticos são, portanto, fundamentais para a inserção adequada do setor em uma nova economia global de baixo carbono.
CO2eq¹: Medida métrica utilizada para comparar as emissões dos vários gases de efeito estufa, baseada no potencial de aquecimento global de cada um.