Fazenda Barba Negra será sede de Parque Ecológico da CMPC
Situada há 15 quilômetros do centro do município de Barra do Ribeiro, a Fazenda Barba Negra é um paraíso da biodiversidade no interior do Rio Grande do Sul. Com cerca de 10 mil hectares, o espaço fica na divisa entre a Lagoa dos Patos e o Lago Guaíba, há 60 quilômetros ao sul de Porto Alegre, e abriga uma Reserva de Proteção Particular da Natureza (RPPN). A Barba Negra conta com mais de 800 hectares de vegetação em fase de regeneração e é considerada o lar para 15 espécies da flora do RS ameaçada de extinção.
A fazenda, atualmente, pertence ao Grupo CMPC e sedia o viveiro de mudas, além de um centro de pesquisas de aprimoramento genético do eucalipto. Ainda, é o palco de dezenas de estudos sobre a fauna e flora da região, desenvolvidos em parceria com instituições como o IBAMA e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Por essas e outras razões, o local foi escolhido para receber o novo Parque Ecológico da companhia, iniciativa que integra o Projeto Natureza CMPC.
Em abril deste ano, a multinacional firmou junto com o governo do estado do Rio Grande do Sul um protocolo de intenções para iniciar o processo de licenciamento ambiental para a construção de uma nova unidade da companhia. A proposta é inovadora e contempla quatro eixos de desenvolvimento: silvicultura sustentável, infraestrutura logística, crescimento industrial e conservação ambiental e cultural.
Com aporte de R$ 24 bilhões, o Natureza CMPC, que pode se tornar o maior investimento privado da história do Rio Grande do Sul, busca proteger e valorizar a reserva natural a partir da criação do Parque Ecológico Barba Negra. O espaço ficará aberto para visitação e realização de roteiros turísticos. O objetivo é tornar a região uma referência em preservação, biodiversidade, estudos ambientais e promover o contato das pessoas com a flora e a fauna nativas de maior relevância para o Estado, despertando a consciência e educando para um estilo de vida mais amigável ao meio ambiente.
“Nosso intuito é implementar um projeto completamente inovador e pioneiro em tecnologias de produção amigáveis ao meio ambiente, em gestão de resíduos, controle da emissão de gases e uso racional de recursos. Tudo será desenvolvido com o máximo respeito à natureza e à população do município de Barra do Ribeiro. Seremos referência mundial em sustentabilidade”, explica o CEO do Grupo CMPC, Francisco Ruiz-Tagle, que, em 2023, foi eleito CEO do Ano em Sustentabilidade pela Council of the Americas, e, em 2024, recebeu o título de CEO do Ano pela Fastmarkets Forest Products PPI Awards.
Conforme o protocolo de intenções assinado com o Governo do Estado, a CMPC assegura que utilizará os mais altos padrões tecnológicos e adotará rigorosos mecanismos de controle ambiental. Para que o projeto possa ser colocado em prática, a companhia encaminhou uma solicitação de Licença Prévia junto à Fepam, a Fundação Estadual de Proteção Ambiental do governo gaúcho. A partir da obtenção desta autorização, a empresa poderá realizar avaliações e estudos técnicos necessários para o andamento do projeto.
PRESERVAÇÃO
A CMPC Brasil possui 199 mil hectares de vegetação nativa, onde quase metade precisa de intervenção para a melhoria de suas condições ambientais. Para contribuir com a restauração de áreas degradadas e ajudar os biomas a se regenerarem, a companhia vem utilizando uma técnica que se vale do paradigma da sucessão. Nesta prática, há a colheita de mudas nascidas nos sub-bosques dos talhões comerciais de eucaliptos que passam por um período de manejo e, depois, as mudas e espécies já adaptadas às condições locais são reinseridas nas localidades a serem restauradas. Todo este processo se baseia no potencial de autorregeneração da natureza.
Depois de retiradas da natureza, as mudas são transportadas para um viveiro, onde são catalogadas e tratadas até estarem prontas para o plantio. Atualmente, aproximadamente 80% do total de mudas plantadas pela CMPC nas localidades em regiões a serem restauradas são fruto deste projeto. O resgate das plantas é simples, porém, é preciso estar atento às regras da Legislação Ambiental, que não permite a retirada de mudas de localidades de preservação permanente, por exemplo.