O carvão vegetal é o produto resultante da queima ou carbonização de madeira. Além de ser utilizado no cotidiano como combustível de aquecedores, lareira, churrasqueiras e fogões a lenha, o carvão vegetal também abastece alguns setores industriais, como as siderúrgicas.
O segmento siderúrgico brasileiro, usuário de redutor bioenergético ou de seus derivados, demonstra crescimento expressivo na produção de aço a partir de carvão vegetal, o que pode ser observado pelo aumento de 86% do consumo de carvão vegetal originado de plantações florestais para produção de ferro gusa no País, um índice crescente nos últimos três anos. Em termos de área plantada destinada à produção de carvão vegetal, as empresas produtoras de aço possuem 939,6 mil hectares de árvores plantadas para uso econômico, além de apoiar técnica e financeiramente o plantio por terceiros, em fomento à atividade de silvicultura.
O Brasil é líder mundial absoluto na produção de aço usando carvão vegetal como agente redutor (biorredutor) do minério de ferro, resultado das condições favoráveis existentes no País para a produção de biomassa. Enquanto países que possuem produção de aço expressiva utilizam o coque, obtido a partir do carvão mineral, para redução do minério a ferro metálico, cerca de 10% do aço produzido no Brasil é obtido a partir da rota integrada a carvão vegetal, desencadeando importantes vantagens ambientais e competitivas (Instituto Aço Brasil, 2015).
Essas vantagens compreendem a produção de um ferro gusa de maior qualidade e a contribuição para que a intensidade de emissões de CO2 (toneladas de CO2 /tonelada de aço) da indústria do aço brasileira seja inferior a de diversos países, com compensação das emissões de Gases de Efeito Estufa no processo industrial devido à absorção de CO2 pelas florestas no processo de fotossíntese.