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Cada um fazendo a sua parte, todos cuidando de todos

Por Paulo Hartung (*)

No meio de tanta informação e desinformação, nunca é demais reforçar a gravidade da pandemia do novo coronavírus e como é importante lavar as mãos e adotar regras de distanciamento social. A gravidade desse momento exige atitudes conscientes para minimizar o impacto dessa crise e seus desdobramentos sociais e econômicos. Precisamos pensar como comunidade.

O setor de árvores cultivadas vem buscando o equilíbrio certo entre minimizar os efeitos devastadores da Covid-19 e garantir que os produtos que saem das suas fábricas espalhadas em quase todos os Estados brasileiros cheguem aos hospitais e às residências onde são fundamentais, ao mesmo tempo que toma atitudes firmes para garantir a saúde dos colaboradores.

Em hospitais, a celulose e a celulose solúvel são matérias-primas de máscaras cirúrgicas, vestimentas, colchões e até cápsulas de remédios. Os papéis são importantes para receituários e formulários. Em instrumentos cirúrgicos e equipamentos médicos que usam aço, o setor está presente com o carvão vegetal.

Os produtos dessa indústria são essenciais para enfrentar os desafios impostos pela nova etiqueta social, como papel toalha, fraldas infantis e geriátricas, papel higiênico, lenços umedecidos, detergente, entre outros. As embalagens também são fundamentais para assegurar novos comportamentos, garantindo que itens essenciais como alimentos, remédios e produtos de limpeza cheguem até aos supermercados e farmácias e depois também às residências pelas compras online nas caixas de papelão ou pelo delivery, como sacos de papel que transportam o que for necessário, comida, remédio e outros produtos.  

O setor tem percebido mudanças na demanda e tem estabelecido medidas internas para garantir o fornecimento de produtos aos diferentes mercados consumidores. Isto é, cientes que não podem parar, as indústrias vêm ajustando seu sistema produtivo para a demanda e principalmente adotando rigidamente os protocolos de segurança de saúde. A experiência da Ahlstrom-Munksjö em outros países em que o surto começou antes permitiu adotar logo cedo algumas práticas como aferição da temperatura de 100% das pessoas que passam pela portaria. Na Cenibra, as medições de temperatura estão sendo feitas com tecnologia de câmeras termográficas que captam a imagem da pessoa e já indica a temperatura.

O trabalho remoto foi adotando em todos os casos possíveis. A RMS, gestora global de ativos florestais, adotou medidas para a prevenção, mas sem deixar o dia a dia parar. 

Para quem não está trabalhando remotamente, um dos esquemas adotados é o sistema de revezamento. A Klabin, por exemplo, está fazendo revezamento de colaboradores com turnos alternados com menor exposição a aglomerações.

Tudo é pensado para medidas preventivas que minimizam o risco de infecção, como limpeza das catracas, álcool em gel em diversos pontos das unidades e marcação no chão para lembrar do distanciamento recomendado. Na Ibema, a equipe de produção segue trabalhando com cuidados adicionais para esterilizar estações de trabalho. 

Outro ponto de atenção são os refeitórios. Muitas empresas passaram a ter esquemas especiais de almoço, como ampliação do tempo dedicado para a refeição com objetivo de evitar aglomeração no refeitório, como na CMPC, ou adoção de marmitas individuais. A Papirus, além dos procedimentos de higienização nas dependências da fábrica, no refeitório adotou talheres embalados.

A frota de ônibus para transporte no trajeto até as unidades da Suzano dobrou para diminuir a quantidade de pessoas transportadas em um veículo só. E muitas anteciparam a campanha de vacinação contra a gripe, como a Eldorado.

Além das medidas de prevenção implementadas, as companhias, como é o caso da WestRock, estão investindo muito em comunicação interna para a orientação de todos os colaboradores, visando à ampliação dos cuidados com higiene, mudanças de hábitos e asseio pessoal. Já a Duratex preparou materiais, inclusive, para que os colaboradores pudessem dividir com os seus familiares. Na cartilha da Veracel, a empresa dá uma dica importante para os trabalhadores e comunidades aplicarem em casa, fazerem o monitoramento diário da temperatura de pessoas do grupo de risco.

Diante do fato que estamos em um mundo em que cada vez mais a velocidade da informação não checada pode ser um desserviço, a Irani disponibilizou a todos os colaboradores um canal de intranet para esclarecimento de dúvidas e orientações, por meio do “Mundo Irani”.

Além desses cuidados internos, a indústria de árvores cultivadas segue atenta aos potenciais efeitos da crise mundial na sua cadeia de produção, logística e vendas, acompanhando orientações oficiais e estabelecendo muito diálogo com autoridades. 

Orgulho desses profissionais que estão mantendo essa produção em curso, cuidando da saúde dos colaboradores e um dos outros, garantindo que remédios e outros itens fundamentais como máscaras cheguem às farmácias e hospitais. Garantindo também para que quem está em casa possa receber com segurança alimentos e produtos de tratamento e de cuidados pessoais, entre outros.

Essa é a crise mais grave vivida pelas nossas gerações. Por mais sofrimento e angústia que provoque, precisamos ter uma visão clara que qualquer crise traz aprendizados, oportunidades e a certeza que terá um fim. E nós, como humanidade, precisamos de união e rumo claro para chegar no pós-crise com força para prosseguir. Esse momento nos impõe reforçar laços de solidariedade e cooperação. Todos temos que fazer nossa parte e mostrar que a melhor solução para uma crise global como essa é pensar e agir em comunidade.  

()*Paulo Hartung é Economista, presidente-executivo Ibá (Indústria Brasileira de Árvores), membro do conselho do Todos Pela Educação, ex-governador do Estado do Espírito Santo (2003-2010/2015-2018)