Reciclagem, embalagens em papel e economia de água ajudam a conter aquecimento global

Reciclagem, embalagens em papel e economia de água ajudam a conter aquecimento global

Durante a COP27, realizada em novembro, lideranças de diversos países se comprometeram com políticas de mitigação das mudanças climáticas. E uma das soluções citadas, além do controle de emissões de gases do efeito estufa, é o investimento em embalagens mais sustentáveis, com destaque para o papel.

A ideia é substituir o plástico, pois se estima que já tenham sido produzidos 8,16 bilhões de toneladas do material desde 1907. Desse volume, 77% viraram resíduos e só 9% foram reciclados. O número foi trazido no livro “A poison like no other: How microplastics corrupted our planet and our bodies', do jornalista Matt Simon. A cada minuto, o equivalente a um caminhão de lixo lotado de plástico é despejado nos oceanos e, se a substituição por outros materiais não for acelerada, o descarte anual de plástico chegará a 1,3 bilhão de toneladas em 2050 – o peso de 300 milhões de elefantes.

“Sabemos o quanto o plástico impacta o meio ambiente, os oceanos, sendo que o microplástico já foi encontrado até mesmo no sangue humano”, lembra a gerente de Meio Ambiente da Ibema, Andrea Lacerda Pegorini.

Ao contrário do plástico, o papel vem de fonte renovável, é facilmente reciclável e hoje existem muitas alternativas para estimular o retorno das embalagens para a indústria, via logística reversa.

“A indústria papeleira incentiva a reciclagem, e um exemplo concreto disso é a Estação Preço de Fábrica”, explica a gerente. Ela se refere ao contêiner instalado na fábrica da Ibema de Embu das Artes (SP) desde outubro de 2022, que recebe todos os dias resíduos de papel e vidro trazidos pela comunidade moradora da região. O material é pesado e a pessoa recebe uma transferência no valor de mercado via PIX, sem burocracia. “Essa é uma ação que retira o lixo do meio ambiente e aumenta a renda da população local, pois os materiais garantem o acúmulo de créditos que viram dinheiro semanalmente”, comemora Andrea.

Por meio dessa e outras iniciativas de logística reversa, já foi possível reciclar 3,5 mil toneladas de papelcartão em 2022, e a meta é ampliar esse número nos próximos anos.

Bom uso da água também reduz efeitos do aquecimento

Desde sua criação, em 1955, a Ibema busca ser referência ambiental – e isso se mostra em sua política de uso de água. “Na planta de Embu, somos benchmark, pois fazemos o reuso de 96% da água, ou seja, somente 4% de toda água utilizada precisa ser captada. E na unidade de Turvo, que também tem bons índices se comparados a outros produtores de papel, assumimos o compromisso de economizar mais 25% de água até 2024, com investimentos no processo de produção para recircular esse recurso sem perda de qualidade.”

Quanto ao controle da emissão de gases, a Ibema realizou a coleta de dados interna em suas unidades, e, em 2023, parte para o desafio de monitorar o carbono de toda a cadeia produtiva: clientes, fornecedores, viagens de funcionários, entre outros. Tudo isso para cumprir com o compromisso de reduzir essa pegada em 70% até 2030.