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Ibá completa quatros anos, período em que suas associadas investiram mais R$ 30 bilhões no Brasil

A Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), associação que reúne a cadeia produtiva de árvores plantadas, do campo à indústria, junto aos seus principais públicos de interesse, completa quatro anos de criação no dia 29 de abril. Apenas neste período, as empresas associadas investiram mais de R$ 29 bilhões, inaugurando praticamente uma unidade por ano. Até 2020, o setor deve investir outros R$ 14 bilhões.

Com as novas fábricas, a produção brasileira de celulose cresceu 29%, atingindo 19,5 milhões de toneladas. A fabricação de papel cresceu - impulsionada principalmente pelo segmento de fins sanitários, os tissues -, e registrou aumento de 8,58% entre 2013 e 2017. Em painéis de madeira, o destaque da evolução ficou com as exportações, que aumentaram 264% entre 2013 e 2017, e ajudaram a minimizar a retração do mercado doméstico.

Entre as principais inaugurações nesses quatro anos, podemos citar a unidade H2 da Fibria em Três Lagoas (MS), em 2017, com recursos de R$ 7,5 bilhões; a unidade da Klabin, Puma, em Ortigueira, em 2016, com R$ 8,5 bilhões; a fábrica da Suzano em Imperatriz (MA), 2014, com R$ 6 bilhões; e no ano em que foi projetada a entidade, 2013, a unidade da CMPC em Guaíba, com R$ 5 bilhões.

De capital intensivo em pesquisa e desenvolvimento, o setor tem crescido e ampliado sua influência na economia brasileira. A participação do setor de árvores plantadas no PIB brasileiro tem crescido a cada ano e a receita bruta anual somou R$ 71,1 bilhões (em 2017), o que representa 6,2% do PIB Industrial. São 3,7 milhõesde empregos diretos, indiretos e resultante do efeito renda. Além disso, o setor brasileiro de árvores plantadas foi responsável pela geração de R$ 53,1 bilhões em tributos federais, estaduais e municipais entre 2013 e 2017.

O saldo da balança comercial do setor brasileiro de árvores plantadas para fins produtivos somou US$ 31,6 bilhões entre 2013 e 2017. No ano passado, esse indicador chegou a US$ 7,5 bilhões, uma evolução de quase 40% frente ao registrado em 2013. A participação do setor no saldo da balança comercial brasileira aumentou de 3% para 3,9%. Considerando apenas as exportações do agronegócio, a participação subiu de 7,3% para 8,9%.

A China tem sido um destino importante para as exportações de celulose. Enquanto em 2013 representava 30% dos valores exportados, em 2017, passou a responder por 40,4%, tirando a liderança que era do mercado europeu, com 40,1% do total em 2013 e que caiu para 31,2% no ano passado. Nos segmentos de papel e de painéis de madeira, as exportações têm como foco a América Latina, sendo responsáveis por 65% e 52% respectivamente.

O Brasil é hoje o segundo maior produtor de celulose de mercado do mundo, somando 18,8 milhões de toneladas, atrás apenas dos Estados Unidos. Essa posição foi conquistada nos últimos anos, já que, em 2013, China e Canadá produziam mais do que o Brasil. Essa relevância mundial norteou a postura da Ibá, que atuou fortemente em fóruns mundiais ligados aos temas de mudanças climáticas, sustentabilidade e certificações. A Ibá atuou de forma decisiva para o reconhecimento do Cerflor pelo Programme for the Endorsement of Forest Certification Systems (PEFC). Com o Forest Stewardship Council (FSC), a entidade se aproximou, e com o apoio do Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais (IPEF), organizou uma série de eventos no Brasil voltados para preparação da Assembleia Geral FSC reunindo mais de 100 pessoas de 15 países.  Esta articulação permitiu que mais de 75% das moções aprovadas na AG fossem as alinhadas com os interesses da Câmara Econômica da América Latina.

Considerando a necessidade de reforço da imagem internacionalmente, Elizabeth de Carvalhaes, presidente da Ibá, também comandou por dois anos o International Council of Forest & Paper Associations (ICFPA), principal órgão institucional da indústria florestal no mundo, reforçando internacionalmente mensagens e agenda das florestas plantadas brasileiras e o papel dessa indústria na sociedade.

A entidade também sempre atuou junto com o governo no processo de formalização e definição da estrutura de governança do sistema de logística reversa de embalagens, da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), incentivando a importância da economia circular. O setor sempre teve uma ampla política de reutilização, tanto que o papel tem alta taxa de reciclagem no Brasil, sendo esta uma tradição já incorporada em seu processo produtivo. O alto índice de recuperação ultrapassa 50% e vem crescendo com o desenvolvimento da cadeia de reciclagem.

Com o objetivo de valorizar os produtos originários dos cultivos de pinus e eucalipto e demais espécies plantadas para fins industriais, a Ibá atua em defesa dos interesses do setor junto a autoridades e órgãos governamentais. Devido a grande demanda por registros de defensivos e outros importantes assuntos estratégicos referentes à defesa fitossanitária de florestas plantadas, a Ibá atuou junto ao Governo para o registro de defensivos (inseticidas, fungicidas e herbicidas). Foram 22 defensivos aprovados entre 2014 e 2017, sendo que sete deles eram considerados prioridade para o setor e exigiram uma intensa articulação com o governo.Além do trabalho com o governo brasileiro, a Ibá tem uma forte atuação no exterior em temas relacionados à Convenção de Estocolmo e Política de Pesticidas do Forest Stewardship Council (FSC).

Outro trabalho de destaque no segmento florestal foi a elaboração de um banco de dados de biodiversidade para que o setor tivesse informações consolidadas sobre o tema.  De acordo com este banco de dados, foi possível identificar que, apesar do setor ocupar menos de 2% do território nacional, incluindo área de plantação e áreas de conservação, foram encontrados nas áreas sob gestão das empresas 38% das espécies de mamíferos e 41% das espécies de aves consideradas ameaçadas de extinção. Das 1924 espécies identificadas como existentes no Brasil, 985 foram avistadas nas áreas sob gestão das empresas de florestas plantadas.

O setor brasileiro de florestas plantadas é o mais sustentável do mundo, destacando-se como o país que mais protege as áreas naturais, uma vez que para cada hectare plantado com árvores para fins industriais, outro 0,7 hectare é conservado por meio de Áreas de Preservação Permanente (APPs), de Reserva Legal (RL) e de Reservas Particulares de Patrimônio Natural (RPPNs). O setor também gera, conserva e mantém outros 5,6 milhões de hectares de reservas em extensões naturais, mais do que o dobro do que protegia em 2013 (quando somavam 2,1 milhão hectares conservados). As indústrias de árvores plantadas ainda recuperam áreas degradadas previamente pela ação do homem e contribuem para conservar a biodiversidade (fauna e flora), por meio de técnicas como o plantio em mosaicos, no qual árvores para fins produtivos se intercalam com as florestas naturais, criando corredores ecológicos.  O setor tem recuperado por ano uma média de 45 mil novos hectares.

Além disso, o setor também tem fundamentos fortes de atuação socioambientais com programas que envolvem investimentos acumulados entre 2013 e 2017 de R$ 1,2 bilhão. O valor investido por ano dobrou desde 2013, chegando a R$ 300 milhões. Os projetos envolvem em média 1,8 milhão de pessoas por ano. O destaque fica com as parcerias com os pequenos produtores, ou fomentados, que são os donos de pequenas propriedades com plantação de eucaliptos, pinus ou outro tipo de árvore usada pelo setor, e que recebem orientação das empresas tanto sobre manejo quanto sobre regularização de terras, além de receberem mudas de alta produtividade e assistência técnica. No total, 20 mil pessoas foram beneficiadas por programas de fomento por ano, sendo o fomento florestal o principal instrumento estratégico do setor de árvores plantadas para promoção do desenvolvimento das regiões em que atua.

Apesar de importantes conquistas, a Ibá ainda tem diversos desafios, e continuará a demonstrar que as árvores plantadas brasileiras são as mais sustentáveis do mundo, a valorizar os produtos feitos dessa cadeia sustentável, renovável e biodegradável, além de questões políticas desafiadoras. O Licenciamento Ambiental é uma questão relevante e o trabalho da Ibá tem o intuito de desburocratizar essa atividade, que afeta o desenvolvimento dessa indústria no país e descaracterizar a silvicultura como atividade potencialmente poluidora. Para isso tem atuado na discussão dos projetos de lei que disciplinam o tema, entre eles o PL 214/15, do senador Álvaro Dias (modifica o Código 20 do Anexo VIII da Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981), o PL 3729/04 do Deputado Luciano Zica, em tramitação na Câmara dos Deputados, e mais recentemente o PLS 168/18 do Senador Acir Gurgacz.